domingo, 12 de julho de 2015

Imagine Nash Grier




- Papai, estamos perto? - escutei, não a primeira vez, meu filho perguntando no banco de trás.

Olhei para (S/n) que me olhava sorrindo, e a mesma respondeu nosso filho com um aceno o fazendo 

feli, mesmo que a casa de praia ficasse á uma hora dali. Nós três iamos passar um final de semana 

numa praia, já que estavamos passando as férias na Australia e toda a família ama praias.

(S/n) e eu somos casados a cinco anos e temos Benjamin, nosso filho de recém completos três anos,

 nosso casamento passou por uma grande crise nesse ano e tenho a coragem para dizer que tudo sim, 

foi culpa minha, minha mulher nunca deixou de fazer algo para me agradar ou ao nosso filho, sempre

 empenhada em ser uma boa esposa e mãe, conseguia mesmo que sem ajudar cuidar de uma casa e 

ainda ser bonita, então, quando pisei na bola a coisa ficou feia.

Eu nunca seria capaz de trair (S/n), mas a troquei pelo trabalho, passava noites e mais noites no 

escritório, esqueci várias coisas importantes no primeiro ano de estudos do nosso filho, esqueci datas

 especiais, como nosso aniversário de casamento. E eu sabia que ela era de se chatear fácil, quando 

chegava em casa ela sempre tinha tudo pronto para me agradar e eu nem sequer agradecia, eu só 

percebi o estrago que tinha feito quando me pediu divórcio, assim do nada, na mesa de jantar com 

Ben nos olhando e se perguntando o que era aquilo, eu senti meu coração parar um pouco e a 

implorei por uma nova chance, afinal, eu era o culpado e tinha que fazer de tudo para ela ficar 

comigo, eu a amava, eu a amo e sempre quero ter minha família perto. Então a prometi um passeio 

nas férias de verão que na verdade se tornou a realizar nossos maiores sonhos, como levar Ben na 

praia, o menino era acostumado a ficar naquela cidade sem graça que é new york, acho que na sua vida 

inteira Ben só viu o céu azul e com o sol bonito umas cinco vezes, contando com hoje. 

Me concentrei na estrada acelerando um pouco, já estava ficando e a estrada era curta, pois de um 

lado era cheio de pedras e para o outro a imensidão do mar. Meu celular começou a vibrar no bolso e 

eu olhei para (S/n) que estava olhando para algo escrito na sua agenda, eu sou viciado em trabalho e 

só de imaginar que deve ser algum empresário querendo contato meus dedos caçavam para atender, 

mesmo que aquilo pudesse causar um briga.
- Alô? - atendi chamando a atenção da minha mulher que me olhou bufando.
- Eu mandei deixar o o celular em casa! - ela quase gritou e eu a mandei calar a boca só mexendo os 

lábios e voltando a atenção para a estrada.
- Senhor Grier, sou eu Yum da empresa japonesa de cosméticos - a mulher falou e eu mexi na 

minha memória logo lembrando que elas queriam um espaço no programa que passava a tarde na 

rede de TV na qual eu era dono.
- Ah! Sim sei, claro, como está? Então, como estamos no meio de um mundial e estão todos dando 

atenção a copa do mundo não acho muito inteligente jogar vocês de uma hora para outra falando 

coisas que ninguém, pelo menos agora, querem saber - escutei Ben perguntando mais uma vez se já 

estávamos perto e daquela vez me deu raiva, (S/n) respondeu e sorriu para ele que concordou, eu 

sabia que ela estava com raiva por causa dos seus braços cruzados e a atenção no que tinha fora do 

carro - então podíamos jogar uma propaganda falando um “em breve” e aí vai chamar atenção para o 

lado feminino que com certeza deve está revoltada com todas os canais falando de futebol.
- Claro! Bem pensado, mas isso vai custar mais eu creio - falou do outro lado da linha e eu tentei me 

lembrar dos cálculos que fazíamos quando o assunto era propaganda.
- Sim, a propaganda é de um preço até muito bom nos horários normais, mas no horário nobre é bem 

carinha, porém posso afirmar que chama bem mais atenção.
- Então fechado Grier, queremos isso e a propagando no horário nobre, estamos em uma boa época 

de negócio na Ásia e nas Américas só falta a Europa e sei que seu canal é o melhor transmitido 

para mais de 30 países - sorri entusiasmado, amava ser elogiado quando o assunto era minha rede de 

TV, já que me jogava tanto naquilo.

- Oh obrigado, fico agradecido por me escolher entre tantos outros canais e posso te garantir que não 

vai se arrepender! - sorri.
- Certo, quando nós encontramos? - olhei para minha mulher mais uma vez e mordi os lábios - 

preciso de estar tudo pronto até julho!

- Olha, eu estou tirando umas férias com minha família e pretendia ficar um mês - senti o olhar de 

(S/n) em mim e fechei os olhos com força, eu não podia perder uma oportunidade daquelas era o 

maior negócio de todos, eu poderia até comprar uma mansão maior para nós e até uma para meus 

sogros - mas nós podemos resolver isso em breve.

- Ótimo lhe ligo na quarta, uma boa noite - desligou sem esperar minha resposta, fiquei com o celular 

ainda no ouvido um pouco antes de guardar no bolso novamente.
- Olha, eu sei que vai ficar com raiva, mas…
- Mas porra nenhuma! - ela gritou assustando tanto quando a mim e a Benjamin, nunca xingava na frente dele - Eu to cansada disso Nash, cansada! É a primeira vez que tiramos uma feiras em família, nosso filho já tem três anos e nunca tem uma lembrança boa dos país juntos e você já começa a desistir quando mal começou?
- Mas é o melhor negócio que eu peguei nós últimos tempos! Sabe da crise que passamos - explodi 

também alternando meu olhar entre a estrada e ela.
- Foda-se, eu nunca te peço nada! Só isso e ainda me nega? Você disse que ia mudar! - gritou 

fazendo o ar do carro ficar quente.

- Eu vou mudar (S/n)! Mas isso não quer dizer que vou deixar meus negócios para realizar a droga 

dos seus sonhos.
- A droga dos meus sonhos? - olhei para ela e agora já via lágrimas - Eu só quero ficar perto da 

minha família e longe da loucura do dia a dia e você acha isso uma droga?

- Sim, uma droga! Eu não preciso de você para realizar a droga dos meus sonhos, e você sonha 

sempre tão pequeno por isso sempre brigamos por quê eu sonho grande, eu quero o mundo! - gritei 

batendo no volante.

- Então o seu sonho de ser bilionário vale mais que nós? - ela falou agora baixo e eu a olhei nos olhos 
- O dinheiro vale mais que nós, sua família? - o tempo pareceu congelar no seu olhar tão triste, abri 

minha boca para responder, mas fui cortado pelo meu filho. 

- PAPAI - o grito me assustou a tempo de ver o caminhão que estava na minha frente, desviei com 

tudo a tempo de ver que estávamos caindo naquele grande azul do mar, tentei segurar o rosto de 

(S/n) que já tinha batido no vidro quando senti o carro afundando.

Tudo ficou escuro ao meu redor por um momento antes de sentir a água entrando pelo meu nariz 

quando tentei respirar, abri meus olhos e primeiro só enxerguei água, o carro encheu rápido pelos 

vidros aberto, já que Ben tinha implorado para sentir o vento mais quentinho, tirei meu cinto e meu 

corpo flutuou um pouco, olhei para lado vendo minha mulher desacordada e o sangue que saia pela 

sua cabeça era levado pela água, olhei para Ben e ele também estava desacordado, tentei tirar o cinto dela, mas estava emperrado ou sei lá.

Meu ar já estava acabando e eu não sabia o que fazer, as duas pessoas que eu mais amava estavam 

morrendo e eu teria de escolher entre salvar um, eu queria muito tirar minha mulher dali, mas sabia 

que se ela acordasse e descobrisse que eu não salvei nosso filho e o deixei morrendo em baixo de 

água, ou ela se matava ou entrava em depressão profunda, ela era tão família, sem mais tempo 

consegui tirar o cinto da cadeirinha do meu filho o pegar nos braços e abri a porta do carro nadando 

para a superfície, quando respirei pela primeira vez comecei a tossir de um jeito exagerado, meu 

filho também, vi que estávamos um pouco longe da areia e nadei o mais rápido possível até lá, me 

jogando junto com Ben, as pessoas que talvez presenciaram o acidente correram para perto descendo 

as grandes ladeiras.

- Minha… M-minha - não conseguia falar pois a falta de ar ainda me matava, apontei para o mar e 

comecei a chorar - minha mulher está no carro - falei para o homem alto que me olhou assustado e 

saiu correndo entrando no mar, dava para ver onde o carro estava já que os faróis estavam ligados, 

algumas pessoas me ajudaram e eu escutei o barulho da ambulância, procurei por Ben e o vi no colo 

de alguma mulher corri até ela e peguei meu filho para ter a certeza de que ele estava bem.
- Filho? Fala com o papai, por favor - sua cabeça só fez descansar no meu ombro, tamanho era a falta 

de ar - fala comigo.
- A mamãe morreu? - perguntou com a voz fraca e olhou para o mar na nossa frente, da onde aquele 

homem ainda não tinha saído.
- Não, ela não pode nos deixar aqui - falei sentindo as lágrimas caindo sem parar.
- Moço a ambulância - a mulher apontou e tentaram me levar.
- Não, eu não vou sair daqui até ele tirar minha esposa! - gritei chorando e elas me olharam com 

pena, pegaram Ben pois ele estava num estado pior, seu rostinho estava inchado e um ferimento na 

perna.
- Não papai, não me deixa - ele gritou estendendo as mãos para mim que não neguei, o segurei no 

tempo que as pessoas começaram a gritar alguma coisa.
Olhei para atrás a tempo de ver o homem, que devia tudo nesse momento, sair com minha mulher 

nos braços caindo logo em seguida na areia, como também fiz. 

- Fica aqui ta bom, elas são tias legais, vai no médico para ele cuidar dos dodóis e eu prometo que já 

já vamos estar juntos de novo tá? - Ben me olhou com os olhos cheios de lágrimas e concordou indo 

para o colo da mulher que o levaria para a ambulância.
Quando olhei para (S/n) novamente ela já estava com mais de três médicos em sua volta, corri com 

muita dificuldade até ficar um pouco perto.

- Ainda existe batimento, por mais que seja mínimos, mas ela está sem respirar e logo vai morrer - 

um gritou e eu senti meu mundo perder as formas, lembro de ter gritado alguma coisa e tentar ir para 

perto do seu corpo, mas alguém me segurou, escutei o grito de Ben dizendo que queria ficar perto de 

nós dois antes de desmaiar.

Pisquei meus olhos umas três vezes antes de conseguir abrir meus olhos verdadeiramente, sabia que 

estava nos hospital pelo barulho dos aparelhos e o soro que tinha bem ao meu lado, olhei para o teto e fechei meus olhos com força.

Briga, acidente, mar, (S/n).

(S/n)! 

Me sentei na cama com um pulo e vi todos que estavam naquele quarta me olharem assustados.
- Papai - escutei a voz do meu filho e olhei para o lado esquerdo o vendo deitado numa cama menor 

que a minha, mas mesmo assim com fios ligados ao seu pequeno corpo, sorri na sua direção meio 

que ignorando a presença de outros, eu estava sentindo uma coisa por Ben que era muito maior que 

amor, eu não sei, acho que foi por quase ter o perdido e ver que ele dependia tanto de mim, que ele 

se sentia mais seguro no meu colo ou no da mãe do que em qualquer lugar… E eu nunca fui um pai 

dos sonhos.

- Hey campeão, você já está tão forte - falei sorrindo e ele sorriu fraco - como se sente?
- Minha perna dói - ele falou a eu olhei para suas pernas vendo a direito engessada, pra que aquelas 

drogas de cadeirinhas prestam mesmo? - mas eu já sou um homem e homens não sentem dor! O 

senhor sente? - apertei os lençóis com meus dedos e olhei para o outro lado vendo minha mãe junto 

com  Cameron e Hayes, eles me olhavam esperando uma resposta ou só me olhando mesmo, eu 

nunca parei para ligar para dor desde que me entendi por gente, nunca nas minhas quedas de skate 

chorei, não senti dor nenhuma quando machuquei meu braço na porta da igreja quando ia me casa 

com (S/n), nunca pensei que ia sentir o que eu senti naquele acidente, a dor nos olhos da minha 

mulher quando me fez aquela pergunta que não saiu da minha cabeça, os seus olhos assustados com 

barulho dos pneus, os gritos de Ben, o sangue que jorrou nos meus braços… Foi a pior dor que eu 

já senti, uma dor que não foi causada a mim e sim nas minhas pessoas favoritas nesse mundo, na 

minha família. 

- Enquanto eu estiver você e sua mãe nessa vida, eu posso enfrentar tudo, eu sou o superman de vocês, 

lembra? - sorri um pouco e ele concordou fechando os olhos.

- Você é mesmo o superman papai, me salvou - ele falou e então sua respiração ficou leve, senti as 

lágrimas nos meus olhos e quando nem percebi senti os braços da minha mãe me abraçarem, abraço 

de mãe sempre tem esse poder.
- Onde está a (S/n)? - falei olhando para os três ali.

- Meu amor, nós todos temos uma hora para partir, mesmo que seja numa errada, mesmo que 

deixemos as pessoas que amamos aqui nessa terra - minha mãe falou passando os dedos nos meus 

cabelos e eu não queria acreditar em suas palavras, minhas lágrimas caiam enquanto ela falava, as 

vezes eu escutava direito, mas as vezes era só um zumbido - ela sempre te amou, nas piores e 

melhores horas, então você precisa ser forte, por ele - apontou para meu filho que dormia, será que 

ele já sabia?

- Faz tempo? - perguntei me encolhendo um pouco e ela continuou com o carinho, que agora não 

fazia mais nenhuma diferença para o vazio que estava sentindo.
- Ela não tinha mais salvação desde quando foi salva, o pulmão já estava completo de água e o 

ferimento na cabeça conseguiu piorar tudo… Nós perdemos nossa menina Nash - minha mãe 

começou a chorar, ela devia estar se segurando, o meu silêncio foi a resposta.
Eu não estava preparado para a perder, não agora, não no meio de nossa primeira viagem que era 

para ser repleta de felicidade e alegria, lembrei dos seu sorriso quando cheguei em casa mostrando as 

passagens para Austrália, como Ben pulava em seu colo nas fotos que tiramos nos lugares turísticos 

de Sydney, seu último beijo foi na manhã da viagem, quando eu levava as malas para o porta malas 

do carro alugado e ela me parou no meio da caminho para me poder me dar aquele beijo e sussurrar 

um “eu te amo” que eu mal sabia que seria o ultimo.


A primeira mulher que eu amei, a mãe do meu filho, a minha esposa estava morta e eu nem sequer 

lhe dei um adeus, sua última imagem minha foi brigando com ela por uma coisa estúpida, estava tão 

perto de eu realizar um dos seus maiores sonhos, meu Deus, me dá esse tempo de volta e eu prometo 

aproveitar.
- Meu maior amor morreu - falei baixo e notei minha mãe me olhando ainda chorando - eu sou a 

única coisa que restou para Ben, a droga de um pai que só liga para o trabalho, ele já sabe?
- Já - minha mãe falou e sorriu um pouco - e sabe o que falou? - neguei e ela secou minhas lágrimas, 

mesmo que não adiantasse pois caiam de segundo em segundo - que a mãe dele disse que você 

sempre estaria aqui, que o pai dele é o herói dele, que ele vai cuidar de ti agora que a (S/n) não está 

mais aqui… Que vocês vão continuar a ser uma família para sempre, pois ela sempre vai está no 

coraçãozinho dele, Nash… Ele ama tanto vocês, ele entendeu tão bem, por quê sabe que Deus te 

deixou aqui para viver por ele como nunca ninguém viveu por alguém - olhei para o meu filho que 

ainda dormia e assenti para minha mãe.
- Ela nunca vai deixar de existir… Que nem nossa família.



Todos já estavam indo embora, os meninos que sobraram pois eles nos levariam para casa, os pedi 

para ir para os dois carros que nós esperavam e sai de mãos dadas com Ben no grade cemitério até 

chegar ao túmulo da nossa eterna mulher.
- O que você quer dizer? - disse baixo enquanto nós dois ficávamos de joelhos.
- Que… Que mamãe, você é a melhor mãe do mundo, eu posso ser pequeno, mas sei que valia a 

maior coisa na sua vida, eu te amo muito e vou ter muitas saudades e eu fiz uma cartinha para a 

senhora, um desenho de nós três e o nosso cachorrinho - me entregou a cartinha, eu abri olhando 

para aquele desenho mal feito, mas que tinha tanto sentimentos, nós três de mãos dadas olhando para 

o mar - sua vez papai.

- Certo… Por onde começar, por você Ben - ele me olhou e eu sorri logo olhando para onde minha 

mulher estava enterrada - obrigada por me dar o melhor presente da minha vida, a pessoa que me 

restou e que vai ser minha para sempre, o melhor filho que alguém podia querer - senti seus dedos 

apertarem minha mão - você sempre foi uma mulher e tanto, em todos os aspectos, eu não consigo 

me imaginar amando outro alguém, eu te amo muito mais do que poderia amar outra pessoa, eu 

vendi minha empresa meu amor, mas não só por causa disso, mas sim por quê quero me concentrar 

na vida de Ben agora, vendi para Will e somos tipos sócios, agora só trabalho em casa mesmo tendo 

um grande nome lá, mas não vamos falar de trabalho - ri pelo nariz e botei as flores a a carteira de 

Ben ali em cima - nós vamos morar perto da praia agora, onde você sempre quis, espero que 

continue do nosso lado nos protegendo como sempre fez, nossa maior heroína, eu te amo mulher 

maravilha, adeus.

Levantei colocando Ben no meu colo caminhando para os carros novamente, parei quando meu filho 

se mexeu me olhando.
- O senhor esqueceu de algo - eu tentei lembrar e sorri triste olhando para trás, para o túmulo, 

novamente.
- Vocês valem muito mais que dinheiro, muito mais que terra ou empresas, valem o meu mundo 

inteiro, cada pedacinho de mim, se pudesse me matar por vocês faria isso com o maior prazer, 

quantas vezes necessárias.
- Agora ela sabe! - Ben falou animado e beijou minha bochecha, viramos e fomos saindo dali.
Agora somos dois de carne e osso, mas somos três almas e corações.







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- Hmm...esse imagine não é escrito originalmente com Nash então ignorem qualquer coisa nada haver

4 comentários:

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